domingo, 10 de dezembro de 2017

A "zuera" de João Bosco é coisa séria

O bom e velho João Bosco 
Acabo de ouvir pela terceira vez o novo e arrebatador disco de inéditas de João Bosco, depois de um hiato de oito anos sem lançar nada novo. Mano que zuera (2017 / Som Livre / 26,99) é um disco composto por 11 ótimas canções (e que acaba sendo melhor e mais preparado que o tão aguardado disco de Chico BuarqueCaravanas / 2017) e entre elas estão algumas parcerias inéditas com o filho Francisco Bosco, que também assina a produção musical de todo o álbum. Dessas parcerias o single Onde Estiver, que nasceu de conversas entre pai e filho, merece destaque pela força poética e arranjo primoroso, que já toca nas principais rádios do Brasil. Além das inúmeras parcerias com o filho, o projeto conta com clássico como Sinhá, parceria com Chico Buarque e gravada no penúltimo álbum deste, Chico (2011) retomando o dueto entre ambos depois de um estrondoso espaço de tempo, quando gravaram juntos uma música em destaque para o lançamento de um disco buarquiano de 1984. Duro na queda e João do pulo (parcerias com o inesgotável Aldir Blanc) soam memoráveis, ainda mais porque esta última música conta com uma fusão sonora com a canção Clube da Esquina Numero 2. O encontro inédito com a composição de Arnaldo Antunes em Ultraleve, onde a filha Júlia Bosco (que não merece tanto destaque assim pelo conjunto da obra) faz uma participação especial com sua voz com sabor de liquidificador, como diria Cazuza. Sim, Mano que zuera é um clássico da MPB, nasceu com direito a explosão meteórico e veio para confirmar a marca tradicional de Bosco como um dos compositores e cantores mais versáteis da linha refinada da Música Popular Brasileira.


João Bosco / Mano Que Zuera (2017)
Nota 10
Por Marcelo Teixeira

Nenhum comentário: