sábado, 26 de agosto de 2017

Os Tribalistas de 2017: melhor que em 2002


Os tribalistas: melhor que em 2002
Com um estilo mais autoral e menos conturbado que o primeiro lançamento de 2002, os Tribalistas ressurgem em um momento transformador e único na vida dos três mosqueteiros amigos e fazedores de música. A volta dos cinquentões, como já havia escrito em artigo anterior, demonstra toda a versatilidade de Arnaldo Antunes, Carlinhos Brown e Marisa Monte em meio a crises musicais que o Brasil vem passando nos últimos tempos. O novo disco é muito melhor que o disco que o de outrora a começar pelas letras, muito mais elaboradas e menos populista e pela sofisticação da capa, das vozes e do cenário musical que cada um interpreta em seus estilos solitários. Pode parecer banal, mas Tribalistas (2017 / Universal Music / 29,99) é um disco que merece ser ouvido e reouvido porque a sonoridade produzida aqui é de uma maestria sem igual. Assim como ainda acredito que ser tribal é pertencer ao grupo criado pelo trio, ou seja, apenas amigos são convidados a cantar com eles em estúdio ou ao vivo, fazendo desse tribalismo um ato de amor à música. É como se amigos de outros tempos se reunissem e ficassem cantando ao luar: é assim como este belo álbum é representado. Para se unir ao trio de amigos, a cantora portuguesa Carminho fecha o disco com uma delicadeza sem igual, na faixa que soa como infantil Os peixinhos. Tribalistas traz algumas mudanças em seu jeito de cantar e de ver o mundo e não se iguala ao trabalho anterior no quesito musicalidade, mas músicas como Feliz e Fora da Memória (e talvez apenas as duas) se assemelham com o disco de 2002. Para tanto, o trio estão muito engajados e antenados com o que acontece ao redor do Brasil ao abordar a música Diáspora. Sendo uma das melhores fases criativas de Arnaldo, Carlinhos e Marisa, Tribalistas subiu no meu conceito e passa a ter um respeito dentro daquilo que considero o melhor da música popular brasileira.


Tribalistas (2017) / Arnaldo Antunes, Carlinhos Brown e Marisa Monte
Nota 9
Por Marcelo Teixeira

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