domingo, 9 de julho de 2017

Kátia - a voz da música brega dos anos 1980


Kátia: sucesso até hoje
Sendo uma das grandes representantes da música popular nas décadas de 1970 e 1980, Kátia hoje figura entre as cantoras mais nostálgicas de seu tempo, devido às letras carregadas de sentimentos amorosos e com frases de impactos que beiram entre o sofrimento brega e o amor ressentido. Tendo como padrinho artístico ninguém menos que Roberto Carlos, a estreante promessa da música nacional lhe apresentou canções próprias que caíram no gosto do mentor da Jovem Guarda. Roberto a indicou junto à gravadora CBS para que a cantora fizesse testes musicais e depois de tudo certo, Kátia estreou na música aos 14 anos, no ano de 1978, ao lançar o compacto com as músicas Tão só e Sensações, ambas composições suas, demonstrando o calibre autoral que já tinha. Mas seu sucesso mesmo veio em 1979 ao gravar para a mesma gravadora a música Lembranças, de Roberto e Erasmo Carlos, que foi feita especialmente para ela. Lembranças é uma das letras românticas mais lindas de todos os tempos e a voz da cantora ajudou a reforçar esse mérito, sendo um dos maiores sucessos de sua carreira. Depois disso, foi um sucesso atrás do outro, como o disco de 1980 que trazia outra canção especial da dupla Carlos, Cedo pra mim, que fez estonteante acontecimento musical. Já em 1982 saiu o disco Calor, que teve pequena representatividade no mercado musical, mas não diminuiu o talento da cantora. Depois de um hiato silencioso, Kátia lançou a música que a consagraria definitivamente como uma das cantoras mais queridas e lembradas da música dos anos 1980 pelo conjunto da obra: Não tem jeito, na versão da dupla Carlos para It Should Have Been Easy, sendo mais conhecida como Não está sendo fácil. Os discos seguintes não chegaram a marcar tanta presença no mercado, mas conseguiram manter um nível elevado de musicalidade com forte influência da personalidade da cantora, como Kátia (1989), Conversa Comigo (1990), Kátia (1992), Kátia (1994). No início da década de 1990 a onda sertaneja comandada por Leandro e Leonardo, Zezé di Camargo e Luciano e Chitãozinho e Xororó disputavam espaço acirrado com os pagodeiros do Só pra Contrariar, Katinguelê, Negritude Jr e Exaltasamba. Não mais que isso, o espaço era disputado também por ícones da música baiana, como Daniela Mercury, que vinha sozinha com um coro arrepiador, destoando seu suingue e rebolado e se firmando como a mãe do axé. Do outro lado vinha o romântico Latino, que conseguiu atrair milhares de olhares com seu jeito esdrúxulo de cantar e dançar. Por tudo isso, o esquecimento pela cantora Kátia se fez acontecer e a cantora se afastou por um tempo da música para se dedicar a trabalhar com distribuição de um programa sintetizador de voz para computadores, destinado exclusivamente a pessoas cegas, o DOSVOZ, desenvolvido por uma faculdade carioca.  Considerada por muitos como ícone da música brega romântica, Kátia deixou sua marca na cultura musical dos anos 1980 com grandes sucessos na bagagem e sendo uma grande vendedora de discos, tendo permanecido por 17 semanas na parada de sucessos da Billboard Latina com a música Tan sola. Nos anos 2000 voltou a ser prestigiada pelo público de festas que consagravam artistas dos anos 1980 e sua voz voltou a ser carimbada nos microfones. Kátia é referência musical ontem, hoje e amanhã.

 

Kátia – a voz da música brega dos anos 1980
Por Marcelo Teixeira

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