quinta-feira, 15 de dezembro de 2016

O ostracismo anunciado de Sandy


Sandy e o ostracismo musical
E lá se vai 2016 e nada de Sandy produzir um disco a sua altura. Talvez seja uma tarefa difícil, talvez seja uma tarefa de se repensar em sua trajetória de vida artística e colocar em plano um disco verdadeiramente autoral e brasileiro, sem esses lances de ser piegamente americanizada. Sandy é uma cantora de excelente qualidade, mas se perdeu em nuances nada estratégicos ao se desfazer da dupla com seu irmão. Óbvio  que nada dura para sempre e seria extremamente estranho ver Sandy e Junior cantando músicas romantizadas com teor adolescente e clichê adulto para uma plateia que os viram crescer.  Em 2011 anunciei aqui no Mais Cultura Brasileira que Sandy enfrentaria um ostracismo gigantesco em tempo recorde e fui abatido com espinafradas generalizadas por todos os cantos do país, de fãs exaltados pela minha escrita e até de amigos enfurecidos com o teor da minha resenha. Entre 2011 e 2016 a cantora não produziu nada de significação extremamente extraordinária para o campo musical e nem angariou fãs pela estrada afora. Pelo contrário: neutralizou esses fãs e gravou um disco aqui e outro acolá, mas com a mesma superficialidade de sempre. Contraiu o distanciamento de pessoas que seguiam seu trabalho e marcou definitivamente seu nome no mundo dos cantores em decadência excessiva. Sandy, reitero, é uma boa cantora, tem talento e tem voz, mas ultimamente lhe falta o essencial: carisma. Com o nascimento de seu filho, a cantora passou a ter uma atitude incoerente com relação ao mundo que a cerca e passou a se sentir perseguida por algo que parece que estava a incomodando. Ainda que seja fácil o seu retorno triunfal ao mundo do showbizz, a cantora precisará utilizar um recurso muito válido para artistas que enfrentam esse frama – o ostracismo do ostracismo. Sandy não chegou a inda no que chamo de o segundo ostracismo, que é aquele que ninguém mais comenta ou lembra do artista, mas poderá facilmente chegar nele se continuar com uma postura impiedosa para os dias de hoje. Sandy não conseguiu encontrar a realidade fora de seu globo blindado e insiste em ser a meninina nobre e boa de família, que segue a risco os tradicionais calendários anuais e que foge de todo e qulquer resquício de bombardeio. É preciso uma mudança radical em seu mundo para que a cantora seja novamente a queridinha de dez entre dez fãs. O mundo da música mudou, a história mudou, as cantoras mudaram, mas Sandy continua com o ar de se mostrar verdadeiramente prolixa para o seu público e para aqueles que estão iniciando em sua jornada. Enquanto Sandy prefere enfrentar o ostracismo decalarado, sua inimiga musical sopra de vento em pompa em seu universo. Refiro-me a cópia quase perfeita de Sandy, a cantora adolescente Manu Gavassi.

O ostracismo anunciado de Sandy
Por Marcelo Teixeira

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