sábado, 6 de agosto de 2016

Adeus, Vander Lee!


Vander Lee: morte precoce
Vander Lee não era um cantor muito conhecido do público em geral, mas tinha a o seu público especial, aquele público que acompanhava de perto a carreira do artista, que sabia de cor suas letras e não perdia seus shows. O cantor não tinha uma grande voz, não era popular, não era famoso, mas conseguiu fazer de sua música um instrumento de trabalho poderoso, cuidadoso, corajoso e audacioso. Mesmo não tendo uma voz característica de grandes artistas de seu tempo, ele sabia como hipnotizar seus ouvintes da melhor forma possível: através de sua composição certeira, arisca, rica. Foram poucas canções em uma carreira marcada pela amorosidade à música brasileira, mas destas, podemos dizer que foram suficientemente francas no ponto de vista solitário de um artista neutro, imparcial, não popularesco. Vander Lee teve pouco tempo de vida, morreu jovem, começou tarde na música, mas angariou letras sensacionais que em pouco tempo arrebatou nas vozes de Alcione, Leila Pinheiro, Gal Costa, Maria Bethânia, Rita Benneditto. Foram músicas fortes que falavam de Deus, romantismo, sinceridade e uma profusão de ideias e pensmentos e frases e amores que apenas Vander Lee conseguiu extrair de sua mente em ebulição. Saí de cena um musico exemplar, de uma categoria ímpar, de uma finesse perfeita para ficar em nossas lembranças um artista único, completo, sensível, amável. Mais conhecido por seus versos que falavam do amor cotidiano, Vander cantava sua singeleza como elemento de sua música autoral. Ele tinha 19 anos de carreira, nove discos gravados e sua madrinha era ninguém menos que Elza Soares!

 

Adeus, Vander Lee
Por Marcelo Teixeira

 

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